ORDEM DO MÉRITO DA MEDICINA VETERINÁRIA A DR. PENILDO SILVA

SOLENIDADE DA OUTORGA DA COMENDA DA ORDEM DO MÉRITO DA MEDICINA VETERINÁRIA A DR. PENILDO SILVA. 

Penildo Silva
DR. PENILDO SILVA

No dia 11 de setembro de 2003, o Auditório Professor Mauro Camargo da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia, estava em festa, repleto de médicos veterinários, professores dessa Escola, do Instituto de Ciências da Saúde e da Faculdade de Farmácia, representantes de todos os segmentos da UFBA, que vieram para reverenciar um dos seus professores mais queridos, Dr. Penildon Silva. 

A sessão teve início às 20 horas, e foi presidida pela Presidenta Dra. Wilma de Albuquerque Franco. Participaram também da mesa dos trabalhos o Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Dr. Benedito Fortes de Arruda, os Presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária da Bahia e do Rio Grande do Sul, Dr. Carlos Humberto de Almeida Ribeiro Filho e Dr. Eduardo de Bastos Santos, respectivamente, o Diretor da Escola de Medicina Veterinária da UFBA, Dr. José Vasconcelos de O. Lima, a Presidenta da Sociedade de Medicina Veterinária da Bahia, Dra. Ana Elisa de S. Almeida e a Presidenta do Sindicato e da Cooperativa dos Médicos Veterinários da Bahia. Dra. Nilzete Clarinda das Virgens. 

O homenageado foi conduzido ao recinto por uma comissão integrada pelos Acadêmicos Titulares; Eliel Judson Duarte de Pinheiro, Heitor Dourado Portella Póvoas e Maria Emília Bavia. 

Saudando o Professor Penildon em nome da Academia, o Acadêmico Ardson José Leal, em brilhante oração traçou o perfil do outorgado e o porquê da homenagem prestada pelos médicos veterinários da ABAMEV. 

Após receber o diploma e a comenda das mãos do Acadêmico Titular Eulógio Moreira Caldas, Doutor Penildon Silva, em eloquente discurso, agradeceu a homenagem recebida. 

 

 

SAUDAÇÃO PROFERIDA PELO ACADÊMICO TITULAR FUNDADOR ARDSON JOSÉ LEAL POR OCASIÂO DA SESSÃO SOLENE DA OUTORGA DA COMENDA DA ORDEM DO MÉRITO DA MEDICINA VETERINÁRIA DA BAHIA A DR. PENILDON SILVA, EM 11 DE SETEMBRO DE 2003.  

 

 

Professor Penildon, o protocolo estabelecido para esta solenidade não me permite ser longo como é do seu merecimento. Mas nem por isso, deixarei de colocá-lo no pedestal dos seus méritos.  

Urna feliz oportunidade nesta noite nos permite celebrar, a entrega da Comenda da Ordem do Mérito da Medicina Veterinária da Bahia, a uma personalidade de alto valor técnico, científico, cultural e moral, como sabe ser o Professor Penildon Silva. A Academia Baiana de Medicina Veterinária sente-se muito honrada em tê-lo entre nós. 

Saído da forja do Ginásio da Bahia de mestres, luminares e enciclopédicos, nos leva neste momento a parodiar o poeta dizendo: Oh! Que saudade que sinto daquele Ginásio, que os anos não trazem mais”. 

Para que os mais jovens possam entender digo: aquele Ginásio era um arraso! 

Concluiu o curso complementar em 1938, naquele Ginásio. 

Graduado em Farmácia pela Escola de Farmácia Anexa à Faculdade de Medicina, em 1941, em Medicina, pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, em 1948 e em Medicina e Saúde Pública, pela Universidade de São Paulo, em 1959, obtendo 1° lugar com Distinção.  

Uma vocação nata para o magistério, antes de concluir o curso de Medicina, lecionou Ciências Físicas e Naturais, no Instituto Baiano de Ensino (1947 e 1949) e Química, no Ginásio da Bahia.  

No magistério universitário sua carreira foi brilhante. Professor de Bioquímica na Escola de Enfermagem, na Escola de Farmácia da Universidade Federal da Bahia, em 1956 e na Escola de Nutrição, de 1960 a 1970. Professor Titular de Farmacologia na Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública. 

Livre Docente, pela Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1958.  

Doutor em Farmácia — Rio de Janeiro, em 1961.  

Professor Catedrático, por concurso, da Universidade Federal da Bahia, em 1966. 

Professor Titular de Farmacologia no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia, em 1993 e seu Professor Emérito no mesmo ano.  

Seus títulos no magistério o colocam no patamar mais alto que pode alcançar um professor. 

Passando às suas pesquisas, todas da maior importância, somam mais de duas dezenas abrangendo as áreas da Bioquímica, Física, Farmacodinâmica e Farmacologia.  

Foi Chefe do Serviço de Pesquisas Terapêuticas da Rhodia.  

Centenas de publicações, em revista técnicas de prestígio nacional e internacional.  

Participação destacada em congressos, reuniões científicas, cursos e conferências de interesse fármaco-médico, anatômico, fisiológico e clínico. Títulos — sobram-lhes.  

Méritos médicos veterinários não lhes faltam. Para melhor entendimento repetimos o que diz Cameron: “A Medicina é por seu posto a Medicina — e a Medicina Veterinária é somente uma parte de um conjunto de conhecimentos muito amplo, principalmente devido à classe do paciente. Não há diferença fundamental entre a Medicina Humana e a Medicina Veterinária. Em ambas, se aplicam os mesmos princípios, se bem que a animais distintos”. 

Quando se pensa em Medicina Humana, entende-se que compreenda entre outras disciplinas, a Anatomia, a Fisiologia, a Bioquímica, a Patologia e a Farmacologia humanas. De igual modo, em Medicina Veterinária, a Anatomia, a Fisiologia, a Bioquímica, a Patologia, a Farmacologia, etc. equina, bovina, suína, canina e outras espécies.  

Se a Medicina Humana é a ciência que tem como objetivos a preservação e o restabelecimento da saúde, pode-se afirmar igualmente, que a Medicina Veterinária é a ciência que tem por objetivos, a preservação e o restabelecimento da saúde dos animais.  

As diferenças principais entre uma e outra se baseiam em consideração econômica e na interpretação variável da anamnese e dos sintomas.   

Assim, entendeu a Academia Francesa de Medicina, fazendo seus presidentes, os médicos veterinários: Richard Barthelemy (1840), Henry Bouley (1877), Jean Babit Chouveaux (1913), Emili Barrieu (1923) e Pierre Martel (1937). Assim entendemos nós da Academia Baiana de Medicina Veterinária, se bem entendido, o que disse Cameron.  

Mas há também aqueles méritos relevantes que falam mais de perto à nossa Medicina e, que são de inestimável valor e que muito nos honram como sejam: 

Professor de Bioquímica da Escola de Medicina Veterinária da Bahia de 1956 a 1966.  

Membro do Conselho Técnico da mesma Escola de 1958 a 1960, com participação atuante e destacada.  

Foi honrado pela Congregação da Escola de Medicina Veterinária da Bahia, em proferir a magistral aula inaugural do ano letivo de 1958, com o tema “Aplicação de rádio-isótopos artificiais”.  

Em 1959, participa da 1ª. Semana de Estudos Veterinários da Bahia, um marco de nossa história nas comemorações do Dia do Veterinário, que estamos vivendo nesta Semana, chamada hoje Encontro. Sua Participação foi muito importante, apresentando trabalho científico, enriquecendo o conteúdo técnico do evento.  

Em 1960, participa da Comissão de Redação dos Anais da Escola de Medicina Veterinária da Bahia, o primeiro a ser editado.  

Em 1970, o alto padrão de suas aulas, lhe valeu a admiração de seus alunos, traduzida no mérito da Paraninfia dos Doutorandos de 1970, entre os quais, destacamos a figura do Dr. Josélio de Andrade Moura, hoje um expoente internacional no Instituto Internacional de Cooperação para a Agricultura (IICA).  

Para não nos alongarmos apontaremos como da maior importância à tradução do alemão para o português do livro texto de Farmacologia de Frimmer e do inglês para o português do livro de Farmacologia e Terapêutica em Veterinária de L. Meyer Jones, Nicholos H. Booth e Leslie Mcdonald, que se constituem compêndios de consulta para profissionais e estudantes de Medicina Veterinária.  

Professor Penildon Silva, os que não tiveram a felicidade de tê-lo como mestre, como colega, como médico ou como amigo não podem avaliar a grandeza de seu saber, de sua lealdade e do seu caráter. Um homem de bem, que na sua vida foi uma flecha que partiu de um arco forte (seus pais) e saiu rasgando nuvens, mas em céu de glória e esperança.  

A glória de ter bem cumprido com o seu dever de médico, professor e pesquisador, e a esperança de que seu exemplo e seus ensinamentos sejam úteis aos que, para melhor servir, possam adotá-los. 

 

 

PRONUNCIAMENTO DO DR. PENILDON SILVA POR OCASIÃO DA OUTORGA DA COMENDA DA ORDEM DO MÉRITO DA MEDICINA VETERINÁRIA DA BAHIA, EM 11 DE SETEMBRO DE 2003. 

 

 

Com a mais pura emoção, aceito esta homenagem da Academia Baiana de Medicina Veterinária. 

Compareço a este nobre ritual de alegria, amizade e beleza e agradeço, sem analisar se mereço ou não esta honraria. Prefiro o raro bem-estar espiritual que a magia desta cerimônia me proporciona. 

O Professor se sente realizado quando reconhecido o seu oficio de simples artífice do ensino, pelos seus alunos e seus pares. 

Tradicionalmente, deve o homenageado escolher um tema sobre o qual fará alguns comentários. 

As novas tecnologias de diagnóstico, os avanços terapêuticos e a amplitude sem limites da cirurgia nos mostram que vivemos atualmente na era da Renascença da Medicina Veterinária. 

Dentro deste contexto, discutirei o impacto da genética na Medicina Veterinária por ser o maior responsável pela bem-vinda revolução atual da ciência e da arte de curar. 

A Medicina Veterinária sempre enfrenta decisões para se definir e se renovar. 

O grande problema atual consiste na procura do melhor caminho para que a Medicina Veterinária se adapte à avalanche de informações biológicas que vêm se acumulando em ritmo exponencial. 

Uma tentativa para alcançar este objetivo é reduzir as doenças a moléculas. Esta solução, entretanto, poria em risco a relação entre pacientes e médico. 

O médico veterinário seria transformado em manipulador de algoritmos e o paciente passaria a ser uma simples coleção de moléculas. 

Outra solução, que não significaria a recusa do reducionismo molecular, investigaria os princípios básicos responsáveis pelo surgimento das doenças. 

Durante os últimos 50 anos, a genética se associou à Medicina Veterinária de maneira irresistível. A princípio timidamente e agora de modo agressivo e abrangente. 

Para Vogel e Motulsky a genética é a ciência básica de toda Medicina Humana e Veterinária. 

A descoberta de anomalias dos cromossomos e o reconhecimento formal da genética bioquímica levaram à constituição da genética médica. 

A demonstração da intimidade molecular entre o DNA e as proteínas iniciou um deslocamento sutil da supremacia dos genes para os produtos proteicos variantes, os quais logo se tomaram o centro das atenções para desvendar a patogênese dos erros metabólicos inatos. 

Uma das consequências dessa nova concepção em Medicina Veterinária foi o uso de técnicas especiais para identificar mutantes em doenças monogênicas. 

Um dos primeiros exemplos desse tipo de doenças foi mostrado no diagnóstico pré-natal de hemoglobinas anormais. 

Com o advento da reação em cadeia da polimerase, a genética bioquímica humana e veterinária foi eclipsada pela genética molecular. 

De acordo com Berg e Singer, existem mais de quatro mil doenças causadas por defeitos genéticos. A ciência da genética molecular tomou possível corrigir os genes defeituosos e reinserir genes corrigidos, constituindo a chamada terapia gênica. 

Os produtos proteicos dos genes e os sistemas homeostáticos aos quais eles pertencem serão identificados e a participação de seus variantes na patogênese será caracterizada. 

Esta concepção não significa que os genes seriam rebaixados. Trata-se apenas de que a elucidação da patogênese exige a compreensão também das proteínas e não apenas dos genes. 

Não há dúvida de que a genética molecular transformou a Medicina Veterinária. Ela também transformou o nosso modo de pensar, pelo menos de duas maneiras. 

A primeira consiste em trazer a ideia de que diagnosticaremos qualquer doença através das variações genéticas nos elementos do aparelho bioquímico e fisiológico da célula e esses elementos são produtos proteicos dos genes. 

A segunda e profunda modificação no pensamento médico veterinário é a de que a unicidade genética veterinária se exprime na doença e na sua variação clínica. 

Essas alterações no pensamento médico, apesar de importantes, ainda são incompletas na sua conceituação e na sua disseminação. 

A ideia, por exemplo, da individualidade genética ainda não é uma noção fundamental na educação médica veterinária. De igual modo, ainda não associamos conceitos epidemiológicos, tais como fatores de risco à Medicina baseada em evidências, levando ao conceito de que Medicina Veterinária é, em primeiro lugar, destinada a pacientes individuais e depois às populações. 

De qualquer modo, observa-se que o ponto de vista genético já começou a invadir todas as facetas da Medicina Veterinária. 

Os benefícios para a Medicina Humana e Veterinária trazidos pelo Projeto do Genoma Humano estimularam alguns países, principalmente Estados Unidos, a intensificar e investir neste projeto, considerado tão importante quanto foi a Classificação dos Elementos para a física e a química. 

Os produtos proteicos variantes dos genes, após a etapa da tradução genética, adquiriram tal importância na fisiologia e na patologia que se criou a ciência de proteômica em analogia à genômica. Já está planejado inclusive o Projeto do Proteoma, destinado a identificar a estrutura dos milhões de proteínas produzidas pelos genes. No momento, só se conhece a estrutura de 1% das proteínas humanas. 

A importância deste estudo está no fato de que as proteínas é que são alvos principais das drogas. 

O conhecimento da exata forma estrutural de cada uma das proteínas do proteoma seja humano, seja veterinário, auxiliará a manufatura de drogas que se encaixem exatamente nas reentrâncias das moléculas tridimensionais das proteínas, ativando-as ou inativando-as. 

Quando os cientistas catalogarem o proteoma, as proteínas, e não os genes, é que serão os atores principais do palco das ciências. 

O tratamento do paciente humano ou veterinário poderá atingir aquela elevada tecnologia pela qual o grande pesquisador Lewis Thomas ansiava: “medicações simples e eficientes, planejadas para alvos definidos de maneira precisa e com poucos efeitos adversos.”. 

Outro aspecto que gostaria de comentar é a interdependência entre a Medicina Humana e a Medicina Veterinária. 

Os exemplos dessa associação indissolúvel são numerosíssimos em todas as áreas da Medicina Humana. Somente alguns serão citados. 

A insulina foi descoberta por Banting e Best, em 1921, que mostraram sua ação em cães diabéticos. A importância da insulina no diabete é conhecida de todos. 

Otto Loewi, em experiências parabióticas em cães, demonstrou a existência do neurotransmissor do vago, a acetilcolina, descoberta esta que revolucionou o conhecimento da fisiologia e patologia dos sistemas nervosos periférico e central. 

O isolamento e manutenção de coração canino, isolado e funcionante, por Alexis Carrel e Charles Lindbergh, permitiram o transplante de coração. 

A descoberta da antibioticoterapia foi realizada em 1936, por Gerard Domagk quando experimentou a primeira sulfonamida em camundongos infectados com estreptococos. 

O estudo de veneno de serpente, realizado no Instituto Butantã, culminou na descoberta dos melhores anti-hipertensivos atuais, da família do captopril. 

Experiências em rãs, realizadas por Volta e Galvani, demonstraram em preparações mio-neurais, a existência da eletricidade nos tecidos animais. Essa descoberta permitiu melhor compreensão da atividade celular através dos seus potenciais elétricos membranosos. As células cardíacas e nervosas, por exemplo, foram mais bem investigadas através das suas propriedades elétricas. 

Na vacinação a Medicina Veterinária deu o primeiro passo há mais de dois séculos. 

Atualmente a vacinoterapia constitui o mais importante método de combate à morbidade e mortalidade. Só é superada pelo tratamento de água potável. É superior mesmo à antibioticoterapia. 

A gênese da vacinação nasceu com a observação de Edward Jenner, na Inglaterra, que usou o conteúdo de vesículas da vacinia bovina em pacientes humanos para evitar a varíola. 

A palavra vacina vem de vaca e a vacina bovina se apresentava como uma doença de tetas de vaca. 

A vacinação antivariólica erradicou a varíola do planeta. 

A vacina antirrábica é outro exemplo de contribuição da Medicina Veterinária à sobrevivência de seres humanos. 

Atualmente, um número elevado de vacinas protege o homem contra muitas doenças, especialmente as virais, como poliomielite, influenza, raiva, hepatite B, rubéola, febre amarela, sarampo, varíola e caxumba. 

Na genética, a Medicina Veterinária foi pioneira na realização da primeira clonagem de organismo inteiro. A ovelha Dolly se tomou famosa no mundo inteiro. 

Na patologia humana, certas doenças transmissíveis incluem muitos animais domésticos e silvestres que servem como reservatórios ou vetores. 

A doença de Creutzfeldt-Jakob é um desses exemplos causados por prions. Provoca vários graus de degeneração esponjosa de neurônios e pode ser letal. Conhecida como “doença de vaca louca” que pode ser transmitida ao homem causando encefalite e morte. 

Atualmente qualquer droga nova tem que ser experimentada em roedores, em cães, em primatas, antes de serem aplicadas aos pacientes humanos. 

Por outro lado, os medicamentos e a tecnologia atual da Medicina Humana são também aplicados na Medicina Veterinária. 

Na realidade, a Medicina Humana científica não existiria sem a Medicina Veterinária. 

Existe outra dependência, por sinal muito pessoal. 

Quando voltei de São Paulo, a Escola de Medicina Veterinária da Bahia acabava de ser fundada e eu tive a grata surpresa de ser convidado pelo Professor Mauro Camargo, então diretor da Escola, para ensinar bioquímica. 

Durante esta fascinante experiência didática aprendi muito com meus alunos utilizando um método não traumático de ensinar bioquímica. 

Outro ponto da minha dependência da Medicina Veterinária foi na realização da minha tese sobre Liofilização para concurso de Professor Titular na Universidade Federal da Bahia. Esta tese contou, em todas as suas fases de elaboração, com a contribuição de ilustres colegas veterinários. A primeira e mais importante fase foi realizada no Instituto Biológico onde encontrei o apoio, o entusiasmo e sabedoria do seu Diretor, Professor Fulvio Alice. Lá também tive o privilégio de ter o auxílio inestimável dos Professores Clóvis Dessa Magalhães e Deodato Madureira. Professor Clovis Dessa Magalhães, apesar de diplomado em Farmácia, era mais veterinário do que farmacêutico. Ele me trouxe para a Escola de Veterinária e foi durante muitos anos, o Assistente Perfeito, contribuindo com dedicação e inteligência na minha carreira universitária. 

A segunda fase da tese foi desenvolvida nos laboratórios da Companhia Química Rhodia Brasileira em São Paulo. E a terceira fase foi concluída no Centro de Pesquisas, na cidade de Lyon, França. Em todas essas etapas, as experiências com animais de laboratório eram constantes e indispensáveis. 

Esta homenagem de hoje, além de ser um ato de grande generosidade, me faz lembrar que, na realidade, eu é que estou homenageando a Escola de Medicina Veterinária, com muita gratidão, por tudo que ela fez por mim.